Fundação SM, Unesco e Capes promovem nessa terça-feira, 22/07, o evento “A escassez de professores no Brasil e no mundo: o que diz o Relatório da Unesco sobre professores”


A Fundação SM, a Unesco e a Capes promoveram nessa terça-feira, 22/07, o evento “A escassez de professores no Brasil e no mundo: o que diz o Relatório da Unesco sobre professores”. A escassez de professores é um desafio urgente e global e o evento teve como objetivo debater os desafios e as transformações necessárias para garantir uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade. Na ocasião, foi apresentada a versão em português do Relatório Global sobre Professores, lançado pela Unesco em 2024, com destaque para os dados nacionais e os desafios enfrentados em nosso país, e discutidas estratégias para revalorizar a docência no Brasil e no mundo.


Os professores com seu compromisso e dedicação, são agentes de transformação que tornaram possível que cada pessoa alcance seu pleno potencial, ao contribuir para a construção de sociedades mais justas inclusivas e democráticas “
Diretora representante da Unesco no Brasil Marlova Noleto
A apresentação foi conduzida pelo Chefe de Educação do Escritório Regional para América Latina e Caribe da Unesco, Valtencir Mendes, e mediada pela Coordenadora do Setor de Educação da Unesco no Brasil Rebeca Otero. Participaram também da abertura do evento a Presidente da Capes Denise Carvalho, a Diretora de Formação Docente e Valorização dos Profissionais de Educação (SEB/MEC) Rita Esther e a Coordenadora da Fundação SM no Brasil Érica Carvalho.






O Relatório nos mostra que o mundo enfrenta grave escassez de professores com demanda estimada de 44 milhões de profissionais da educação básica até 2030. Essa crise atinge tanto países de baixa renda quanto regiões mais desenvolvidas, como Europa e América do Norte. As consequências incluem turmas superlotadas aumento da rotatividade docente e a queda na qualidade da educação.
A pesquisa Educobarômetro , do Observatório da Escola (OES) elaborada pela Fundação SM em 2023 já mostrava dados alarmantes sobre a valorização da carreira docente e o estado de ânimo de nossos professores. Os dados nos mostraram nessa pesquisa 2 em cada 3 docentes afirmam que sua escola não possui os recursos necessários para a realização do seu trabalho, que 3 em cada 4 docentes apresentam esgotamento físico e mental e a metade apresenta algum sintoma relacionado à ansiedade e depressão e que, comparados com os outros países da pesquisa (Chile, México e Espanha), os docentes brasileiros são os que estão mais dispostos a abandonar a profissão.
Na América Latina e Caribe, cerca de 2,8 milhões de professores deixaram a profissão, especialmente no Ensino Médio. A taxa global de abandono entre docentes do Ensino Fundamental quase dobrou entre 2015 e 2022. A falta de condições adequadas, a baixa valorização, os salários insuficientes e a ausência de apoio à formação são fatores determinantes segundo a UNESCO.
O evento foi híbrido, realizado no auditório Anísio Teixeira no edifício da Capes em Brasília e também transmitido pelo YouTube da Unesco . Além da abertura e da apresentação do Relatório Global sobre Professores, o evento também contou com duas mesas de discussão onde estiveram presentes, como protagonistas do debate, Dalila Andrade Oliveira – Diretora de Cooperação Institucional, Internacional e Inovação – CNPq, Marcia Serra Ferreira – Diretora de Formação de Professores da Educação Básica – CAPES/MEC, Wagner Santana – Consultor do Setor de Educação da UNESCO no Brasil, Shirley Costa – Professora da Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC/BA), Heleno Araújo – Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e Antônio Carlos Rodrigues de Amorim – Diretor de Educação à Distância – CAPES/MEC.


Na modalidade presencial, o auditório estava repleto de professores, pesquisadores da área de educação, dirigentes municipais, diretores de escolas públicas e privadas, estudantes de pedagogia e licenciatura, estudantes de pós-graduação, representantes das equipes comercial e pedagógica da SM Educação e diversos especialistas da área.


O Debate nos trouxe de forma muito clara o caráter multidimensional dessa discussão e a necessidade desse Contrato Social para combater a escassez docente. A Fundação SM, parceira da Unesco nesse relatório, tem como compromisso divulgar esse tema e fazer com que a discussão possa permear várias camadas da sociedade.”
Erica Carvalho – coordenadora da Fundação SM no Brasil.



